Comecemos a semana em paz, que bem falta faz. Rimei... Comecemos a semana com um aniversário: “Estado Civil”, o blog do poeta e critico literário Pedro Mexia, fez dois anos. Francisco José Viegas assinou o discurso do bolo de anos no blog “Origem das Espécies”, e eu sublinho o essencial:
“O Pedro é, escreve ele, entre outras coisas excelentes, um dos fundadores da blogosfera portuguesa. É um grande poeta, um escritor que prezo muito, um dos nossos melhores cronistas. Se eu pertencesse à sua geração diria que «ele é o melhor de nós». Foi corajoso na imprensa. Ganhou ódios de estimação porque não pertencia aos círculos da universidade e tinha mais competências do que eles. Ou porque não tinha nascido nas trincheiras da esquerda, o que era um pecado fatal. Ou porque, simplesmente, é culto, informado, tolerante”
E com um elogio destes, não é preciso mais nada. Ou é... Vejamos o seu blog por estes dias... Um post polémico:
“A doença infantil do direitismo é a «boutade». Sobretudo no meio cultural. Sendo o «regime» de esquerda, o direitista aprecia acima de tudo as provocações gratuitas. Mesmo que sejam patetas. Sou um assumido admirador de Vasco Pulido Valente; mas dizer, como ele disse, que Aquilino é um escritor «medíocre» não passa de uma «boutade». É normal que não se aprecie o estilo de Aquilino, os regionalismos cansativos, o pícaro programático, o virtuosismo exibicionista. Mas há que ter sentido das proporções e das palavras. Dizer que Aquilino é um escritor «medíocre» é uma bojarda. Sobretudo vindo de quem já elogiou Clara Pinto Correia”
Pedro Mexia, como se vê, não tem medo das palavras nem dos outros. Isso é cada vez mais raro entre nós.
E sobre a blogoesfera, oiçam como ele respira:
“Deixei as «polémicas» mas nunca abdiquei de textos polémicos. Escrevi no Estado Civil os meus textos mais polémicos, porque mais pessoais, ao pé dos quais uma recensão negativa ao Saramago (que me deu uma gloríola efémera e idiota) não é nada de nada. Quando, via Technorati, vou encontrando alguns insultos, fico satisfeito. É sinal de que ainda há gente atenta”
“Estado Civil”, o blog de Pedro Mexia, é um dos mais bem conseguidos diários da blogoesfera. Mistura opinião, ironia, observação, registo, interesses e paixões, obsessões e muito, muito estado de espírito no divã. O crítico e o cronista e o poeta estão lá – mas o que está lá mesmo é o autor.
Comecemos a semana em paz. Exceptuando o futebol, não há grandes temas a partir o país às postas, abro esta Janela com um blog de um blogger inquieto. Há dois anos, todos os dias.
“O Pedro é, escreve ele, entre outras coisas excelentes, um dos fundadores da blogosfera portuguesa. É um grande poeta, um escritor que prezo muito, um dos nossos melhores cronistas. Se eu pertencesse à sua geração diria que «ele é o melhor de nós». Foi corajoso na imprensa. Ganhou ódios de estimação porque não pertencia aos círculos da universidade e tinha mais competências do que eles. Ou porque não tinha nascido nas trincheiras da esquerda, o que era um pecado fatal. Ou porque, simplesmente, é culto, informado, tolerante”
E com um elogio destes, não é preciso mais nada. Ou é... Vejamos o seu blog por estes dias... Um post polémico:
“A doença infantil do direitismo é a «boutade». Sobretudo no meio cultural. Sendo o «regime» de esquerda, o direitista aprecia acima de tudo as provocações gratuitas. Mesmo que sejam patetas. Sou um assumido admirador de Vasco Pulido Valente; mas dizer, como ele disse, que Aquilino é um escritor «medíocre» não passa de uma «boutade». É normal que não se aprecie o estilo de Aquilino, os regionalismos cansativos, o pícaro programático, o virtuosismo exibicionista. Mas há que ter sentido das proporções e das palavras. Dizer que Aquilino é um escritor «medíocre» é uma bojarda. Sobretudo vindo de quem já elogiou Clara Pinto Correia”
Pedro Mexia, como se vê, não tem medo das palavras nem dos outros. Isso é cada vez mais raro entre nós.
E sobre a blogoesfera, oiçam como ele respira:
“Deixei as «polémicas» mas nunca abdiquei de textos polémicos. Escrevi no Estado Civil os meus textos mais polémicos, porque mais pessoais, ao pé dos quais uma recensão negativa ao Saramago (que me deu uma gloríola efémera e idiota) não é nada de nada. Quando, via Technorati, vou encontrando alguns insultos, fico satisfeito. É sinal de que ainda há gente atenta”
“Estado Civil”, o blog de Pedro Mexia, é um dos mais bem conseguidos diários da blogoesfera. Mistura opinião, ironia, observação, registo, interesses e paixões, obsessões e muito, muito estado de espírito no divã. O crítico e o cronista e o poeta estão lá – mas o que está lá mesmo é o autor.
Comecemos a semana em paz. Exceptuando o futebol, não há grandes temas a partir o país às postas, abro esta Janela com um blog de um blogger inquieto. Há dois anos, todos os dias.
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