quarta-feira, 26 de setembro de 2007

PSD em chamas (parte I)

À medida que nos aproximamos da data em que os militantes do PSD decidem quem querem ver na liderança do partido, parece que a campanha ganha contornos de comédia, de stand up comedy. Não tarda e parece mesmo um momento Gato Fedorento. Pela blogoesfera vão-se multiplicando opiniões e ideias - e eu vou tentar desenhar um ponto de situação com base no que se pensa e se escreve.
O começo seria óbvio, vamos aos notáveis do PSD na blogoesfera. Mas começa com desilusão: Pacheco Pereira calou-se, no Abrupto, sobre o momento. O que lá resta é o último artigo do Público onde Pacheco torna claro o seu voto:
“Vou votar em Marques Mendes; votaria, mesmo que a alternativa fosse algum dos "notáveis" que são sempre falados em eleições e se mantêm em silêncio como eternas esperanças do porvir”.
Pedro Santana Lopes, por seu turno, veio ao terreiro do blog para fazer correcões. Marques Mendes terá dito que "tomou conta" do Partido depois de o mesmo “ter tido o pior resultado da sua História, em 2005”. E o ex-lider não gostou: “Não fica nada bem esta falta de rigor a Marques Mendes, ainda por cima, sobre a História do Partido que agora lidera”. Santana prova que o resultado que Mendes herdou não foi o pior de sempre, houve pelo menos quatro ainda piores... “Mantenho a mesma atitude, escreve, de não me envolver nem querer participar na actual campanha. Mas como explicar este "engano" de Luís Marques Mendes? Como eu dizia, há uma semana, às vezes, parece que há uma obsessão!.. Mas não. É certamente por acaso”
Ironias à parte, vamos ver outras opiniões:
Pedro Correia, no blog “Corta fitas”, acha que as polémicas em torno das directas, dos votos e das quotas em dias concorrem para um "cada vez mais imprevisível" resultado. Paulo Gorjão, “Bloguitica”, não concorda:
“Os resultados são imprevisíveis desde o início, escreve ele. O seu «cada vez mais» é um juízo de valor que não me parece ter sustentação nos factos. Evidentemente, posso estar enganado, mas a verdade é que não há sondagens, não há nada, que mostre que o suposto fosso entre Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes tem vindo a diminuir à medida que se aproxima o dia das eleições”
Pedro Marques Lopes no blog da revista “Atlântico” deixa perguntas inquietantes e certeiras:
“Que confiança pode o cidadão eleitor ter num partido em que as regras não são claras, em que há acusações mútuas de “chapeladas”, em que se descobre que há membros do partido que precisavam de ter as quotas em dia para votar e outros não e em que militantes vendem os seus votos em troca do pagamento de quotas? É este o partido que vai pedir votos para que possa governar o país? É esta gente que vai ocupar cargos em ministérios, empresas públicas, autarquias e por aí adiante? É este o partido em que tenho habitualmente votado? “
O sentimento de Marques Lopes é partilhado por muitos eleitores e militantes do PSD. Ontem falava-se da implosão do PS, hoje sou tentado a concordar com Medeiros Ferreira no seu blog: em implosão imediata está mas é o PSD. Vai longa a crónica mas há mais para dizer - acho que amanhã continuo com este tema vindo mesmo... do mundo de lá.

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