Ainda que seja um novo mundo aberto às ideias inovadoras de toda a gente, a blogoesfera revela-se muitas vezes mais previsível do que um velho jornal de província. Prova disso foi o começo deste dia 11: posts e mais posts com reflexões, homenagens, sinais, daquele acordar no pesadelo de 2001 em Nova Iorque. Como se fosse uma obrigação, lá vem a conversa do costume.
Opto por passar ao lado da efeméride e insistir no caso McCann, tanto mais que foi tema do programa da RTP “Prós e Contras” ontem á noite – e esse é, claramente, um dos debates preferidos da blogoesfera nacional.
Paulo Pinto Mascarenhas, por exemplo, no blog da revista “Atlântico”, dispara a matar:
“José Miguel Júdice espanta-se com o tempo que os media dedicaram ao assunto todos os dias. “Encher chouriços” é a expressão. Pouco depois um senhor espanhol, Crabrera de seu nome, perora sobre “el cambio” no aspecto facial de Kate McCann. “Sospecho”. Percebo a aplicação da expressão de Júdice. Ficção por ficção, prefiro a competente: antes o CSI na SIC”.
Eduardo Pitta, no blog “Da Literatura”, parece claramente desconfiado de tudo o que se passa: sublinha que a polícia britânica escoltou a família McCann do aeroporto a casa, e desconfia da Sky News, “que parece deter o exclusivo da cobertura”. Remata: “Bem pode a polícia algarvia espernear. Do Leicestershire já ninguém arranca os McCann”.
Raimundo Narciso, no blog “Puxa Palavra”, titula um post com a frase exemplar: “Escasseia o pão, sobeja o circo”. E escreve:
“Fátima Campos Ferreira e a sua parafernália de especialistas... Começou agora a segunda parte e começo a crer que ela também não sabe nada. Estou para ver que chegamos ao fim e nada. Se foi raptada sequestrada ou... Se a nossa judiciária é melhor que a deles ou o contrário. Se os tablóides deles são melhores que os nossos, e se a nossa opinião pública culpa os pais mais ou menos que a deles e qual delas vai ganhar. Se enganaram o Papa ou não. Zac, zac e zac vou desligar a Fátima. Irra, zac.”
No mesmo blog, João Abel de Freitas acha que “Confusão é a palavra mais indicada. Maddie não merecia esta confusão. Como pessoa merecia viver e ter o seu percurso. Após 4 meses de imenso jogo global, eis que o casal McCan pode criar a sua marca comercial”.
Para rematar esta volta rápida por alguma blogoesfera, aterro no “Bloguitica” e leio Paulo Gorjão:
“Eduardo Dâmaso, director-adjunto do Correio da Manhã, acusa a comunicação social do Reino Unido de produzir «um jornalismo que se porta como mera extensão dos desígnios, mais ou menos ocultos, do Estado inglês». Independentemente da veracidade desta acusação, seria mais interessante saber que auto-retrato faz o jornalismo português da sua cobertura do «Caso Maddie»”.
Esse auto-retrato ficou mais ou menos feito por Henrique Monteiro no programa da RTP, mas está obviamente por fazer em geral. E na blogoesfera, em particular – lugar onde as emoções tantas vezes se sobrepõem às razões.
Volto amanhã com mais notícias do mundo de lá.
Opto por passar ao lado da efeméride e insistir no caso McCann, tanto mais que foi tema do programa da RTP “Prós e Contras” ontem á noite – e esse é, claramente, um dos debates preferidos da blogoesfera nacional.
Paulo Pinto Mascarenhas, por exemplo, no blog da revista “Atlântico”, dispara a matar:
“José Miguel Júdice espanta-se com o tempo que os media dedicaram ao assunto todos os dias. “Encher chouriços” é a expressão. Pouco depois um senhor espanhol, Crabrera de seu nome, perora sobre “el cambio” no aspecto facial de Kate McCann. “Sospecho”. Percebo a aplicação da expressão de Júdice. Ficção por ficção, prefiro a competente: antes o CSI na SIC”.
Eduardo Pitta, no blog “Da Literatura”, parece claramente desconfiado de tudo o que se passa: sublinha que a polícia britânica escoltou a família McCann do aeroporto a casa, e desconfia da Sky News, “que parece deter o exclusivo da cobertura”. Remata: “Bem pode a polícia algarvia espernear. Do Leicestershire já ninguém arranca os McCann”.
Raimundo Narciso, no blog “Puxa Palavra”, titula um post com a frase exemplar: “Escasseia o pão, sobeja o circo”. E escreve:
“Fátima Campos Ferreira e a sua parafernália de especialistas... Começou agora a segunda parte e começo a crer que ela também não sabe nada. Estou para ver que chegamos ao fim e nada. Se foi raptada sequestrada ou... Se a nossa judiciária é melhor que a deles ou o contrário. Se os tablóides deles são melhores que os nossos, e se a nossa opinião pública culpa os pais mais ou menos que a deles e qual delas vai ganhar. Se enganaram o Papa ou não. Zac, zac e zac vou desligar a Fátima. Irra, zac.”
No mesmo blog, João Abel de Freitas acha que “Confusão é a palavra mais indicada. Maddie não merecia esta confusão. Como pessoa merecia viver e ter o seu percurso. Após 4 meses de imenso jogo global, eis que o casal McCan pode criar a sua marca comercial”.
Para rematar esta volta rápida por alguma blogoesfera, aterro no “Bloguitica” e leio Paulo Gorjão:
“Eduardo Dâmaso, director-adjunto do Correio da Manhã, acusa a comunicação social do Reino Unido de produzir «um jornalismo que se porta como mera extensão dos desígnios, mais ou menos ocultos, do Estado inglês». Independentemente da veracidade desta acusação, seria mais interessante saber que auto-retrato faz o jornalismo português da sua cobertura do «Caso Maddie»”.
Esse auto-retrato ficou mais ou menos feito por Henrique Monteiro no programa da RTP, mas está obviamente por fazer em geral. E na blogoesfera, em particular – lugar onde as emoções tantas vezes se sobrepõem às razões.
Volto amanhã com mais notícias do mundo de lá.
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